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Na reta final ações que podem cassar o mandato de Claudio Graia
Foi reeleito, mas existem contra ele agudas acusações de ter comprado votos com “vales-combustíveis” e materiais de construção
Estão na fase final os dois processos que pedem a cassação do mandato do prefeito de Tapira, Claudio Sidiney de Lima, o Claudio Graia, do PSC, e seu vice Walter Donizete Egea, o Fí do Ouro Verde, por compra de votos com combustíveis e materiais de construção. Desde 26 de maio, pouco mais de 60 dias atrás, os autos encontram-se conclusos para a decisão do juiz Murilo Conehero Ghizzi, da 127ª Zona Eleitoral de Cidade Gaúcha. Os processos são tidos como prioritários. Significa que a decisão de primeira instância pode sair a qualquer momento. Desde dezembro do ano passado o clima político na pacata Tapira é receoso e indefinido. A população aguarda com ansiedade a decisão. Graia foi reeleito, mas há contra ele agudas acusações de ter comprado votos com “vales-combustíveis” e materiais de construção (forro de PVC). Tapira poderá ter novas eleições.
Relembrando um pouco os fatos, dia 12 de novembro do ano passado, 72 horas antes do dia da votação, o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), núcleo de Maringá, baixou na cidade e apreendeu no comitê de Graia cerca de 100 “vales-combustíveis” de cinco e dez litros de gasolina. Outros materiais com claros indícios de compra de votos também foram pegos pelos policiais. O Ministério Público Eleitoral, através do Promotor de Justiça Lucas Lösch Abaid, revela que os 2,6 mil litros de gasolina comprados por Graia três dias antes das eleições, daria para percorrer 35,3 mil quilômetros. Ilustrativamente, é o equivalente a mais de 61 vezes a distância entre Tapira e Curitiba. Conforme a investigação, Graia gastou R$ 11.447,72 para comprar todo o “petróleo”. Na defesa, o prefeito alega que adquiriu o combustível para distribuir aos candidatos a vereador, num total de dez.
Inicialmente as duas ações de investigação judicial eleitoral por abuso de poder econômico e compra de votos tramitaram separadas. Uma proposta pelo Ministério Público e outra pelo Procurador da República aposentado, Luís Wanderley Gazoto, do PSL, candidato da oposição. Dia 30/4 o juiz Murilo Ghizzi atendeu o pedido do MP para a união dos processos (apensado), por se tratar de ações semelhantes. Os autos (0600513-72.2020.6.16.0127 e 0600520-64.2020.6.16.0127) podem ser acessados através do PJe, na aba consulta pública.
Notícia publicada no jornal Coluna D'Oeste, impresso de sexta-feira, 30 de julho de 2021, página 3. Acesse também www.jornalcoluna.com.br.
Reveja aqui o caso:
Casal de Tapira denuncia suposta compra de votos | Jornal Caderno Jurídico (cadernojuridico.com.br)
Anderson Spagnollo
Da Redação
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