Publicidade
Publicidade

Jornal Caderno Jurídico



NOTÍCIAS

A farra dos cargos em comissão na Macondo

Inacreditável! Dezessete milhões de reais é o custo para bancar os salários dos “amigos do rei”.

19/7/2023 às 19h08
Reprodução / redes sociais A farra dos cargos em comissão na Macondo Macondo, a cidade imaginária do romance “Cem Anos de Solidão”, obra de 1967, escrita por Gabriel Garcia Márques, vencedor do Nobel de Literatura em 1982.

Em nossa cidade temos experimentado fenômenos no mínimo inaceitáveis, todos patrocinados pela administração pública, leia-se poderes Executivo e Legislativo, demonstrando que Macondo realmente repousa sobre o estigma da irresponsabilidade e oportunismo, constituindo-se as lideranças locais como verdadeiras locomotivas voltadas aos seus próprios interesses, esquecendo as necessidades do Município, os anseios da população, notadamente os menos favorecidos, os desempregados, o pai de família desesperançado e todos que de certa forma dependam um pouco mais de uma boa administração pública.

Não faz muito tempo que o Legislativo, na calada de uma manhã chuvosa de sexta-feira, promoveu o aumento no número de edis, de 10 pamonhas que ali já estavam para 17. E o pior: com a silenciosa conivência do Executivo e demais lideranças. Não vamos repetir aqui tudo o que já escrevemos acerca dos desmandos suportados pela população ao longo dos anos de história política municipal. A novidade agora é a nomeação dos “amigos do rei” em cargos comissionados.

O atual chefe do Executivo, quando assumiu o cargo em setembro de 2021, deparou-se com 242 vagas a serem preenchidas à título de cargos em comissão. O dinâmico e probo administrador em conluio com a Câmara aumentou esse número de cabides para 314. As lideranças locais, espalhadas em inúteis instituições como associações, sindicatos, lion, rotary, lojas maçônicas e conselhos de todas as naturezas, etc., assistiram passivamente o chefe do Executivo local, em dezembro/2022, aumentar os cargos comissionados em Macondo, para 362.

Felizmente o Judiciário, em especial a Promotoria Pública, atuante e competente, ajuizou providências urgentes na forma de uma Ação Civil Pública, buscando desacelerar o ímpeto da irresponsabilidade crônica do Executivo. Se o prefeito fosse diretor de empresa ou exercesse a função de empresário, com certeza não promoveria um aumento dessa magnitude. Foi de cerca de 70% nesse curto espaço de tempo. E o pior, sem necessidade, dispêndios havidos somente para acomodar, repito, “amigos do rei”, em cargos e funções dispensáveis.

No próximo ensaio trataremos sobre a sucata deixada na praça de Macondo.

Macondo está jogada às traças. Ano que vem teremos eleições, e, segundo fontes seguras, está surgindo um candidato independente, livre de amarras e envolvimentos com as “lideranças locais”. Logo essa bandalheira vai encontrar resistência nesse adversário de valor, onde não somente serão discutidos os problemas, mas resolvidos sem passar pelo crivo da corrupção, inércia, incompetência e falta de honestidade política da caterva que vem impedindo Macondo de se desenvolver e se consolidar como referência regional.

 

Matéria escrita por Giovanni Mura, contabilista, advogado e cidadão em Umuarama desde 1967. Contato no escritorioideal@gmail.com.

 

Matéria publicada no jornal impresso Coluna D'Oeste, de sexta-feira, 23 de junho de 2023, na página 5. Acesse também www.jornalcoluna.com.br e folheie o berliner pelo celular acompanhado de um café ou um chimarrão.

É proibida a reprodução deste material sem a devida citação da fonte, autorização expressa do jornalista e a inclusão do link do conteúdo original.

Publicidade

APOIADORES

  • Monica de Oliveira Pereira
Publicidade
  • Descarte correto de lixos e entulhos é no aterro sanitário!