Cinco dias depois que caíram R$ 2,2 milhões do fundo eleitoral na conta do candidato a senador Sérgio Fernando Moro, o escritório de advocacia Bonini Guedes “abocanhou” R$ 700 mil. De acordo com dados do TSE (www.divulgacandcontas.tse.jus.br), dia 17 de agosto o candidato do União Brasil 44 recebeu R$ 2.223.600,17 da direção nacional do partido. Execrado por quase toda a população, o Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), mais conhecido por Fundão, é um recurso público que candidatos recebem para pagar despesas de campanha. Dia 22 de agosto foram feitos dois pagamentos de R$ 350 mil à banca curitibana Bonini Guedes, CNPJ 22.949.6 65/0001-89. Os valores são considerados altos para pagamento de assessoria jurídica durante a campanha, uma vez que o período eleitoral não passa de 45 dias.

É totalmente reprovável a atitude do ex-juiz da Lava Jato em usar vultuosa quantia em honorários advocatícios. Também chama atenção o valor integralizado ao capital social da banca recebedora. O QSA (Quatro de Sócios e Administradores) mostra que a Bonini Guedes possui apenas R$ 5 mil de capital social, dividido entre cinco sócios: Gustavo Bonini Guedes (sócio-administrador), Cassio Prudente Vieira Leite, Camila Cotovicz Ferreira, Carolina Padilha Ritzmann e Jayne Pavlak de Camargo. Do ponto de vista contábil, o capital social é extremamente baixo para uma empresa com remunerações de R$ 700 mil. Um notebook comum, por exemplo, custa esse valor – R$ 5 mil.

Muita coisa errada pode estar acontecendo nas eleições para que o ex-juiz se blinde ao máximo. Fora isso, nada justifica esse gasto astronômico. Autorizar pagar com dinheiro público R$ 700 mil em honorários advocatícios é atitude irresponsável. Sérgio Moro: se fosse com a sua grana você pagaria?

Alvaro Dias gasta R$ 400 mil

Outro candidato generoso com bancas jurídicas é Alvaro Dias, do Podemos 19. Dos dez que concorrem ao senado, Alvaro é até agora o que mais recebeu dinheiro público para pedir votos. O político profissional [está na vida pública há 54 anos] engordou a conta da campanha com R$ 4,4 milhões do Fundão e pagou R$ 400 mil a Paulo Ferraz Sociedade Individual de Advocacia (CNPJ 24.783.356/0001-07). A direção nacional do Podemos, dia 22 de agosto transferiu para Alvaro R$ 4.000.000,00 e dia 6 de setembro R$ 440.000,00.

Anderson Spagnollo
Da Redação
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Matéria publicada no jornal impresso Coluna D'Oeste, de sexta-feira, 23 de setembro de 2022, página 2. Acesse também www.jornalcoluna.com.br e folheie o berliner pelo celular acompanhado de um café ou um chimarrão.

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