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Investigado em Alto Piquiri uso indevido de pá-carregadeira da Prefeitura
Vice-prefeito João Pedro David Piffer teria dado uma “mãozinha” a um tio no carregamento de calcário
Uma possível “mãozinha” do sobrinho João Pedro David Piffer ao tio Dorival Piffer está sendo investigada pelo Ministério Público de Alto Piquiri como ato de improbidade administrativa. É que a pá-carregadeira do Município, uma Case W20, teria sido usada indevidamente, dias 11 e 12 de agosto do ano passado, carregando calcário no Sítio Benjamin, de propriedade de Dorival, localizado no distrito de Paulistânia. Para entender melhor o quebra-cabeça da “mãozinha”, João Pedro é o atual vice-prefeito e a denúncia (anônima) que chegou ao MP conta que o político teria atuado diretamente para autorizar, rapidamente, a prestação dos serviços sem o prévio e devido procedimento administrativo.
De acordo com inquérito civil número 0003.21.0001 51-1, instaurado dia 11 de janeiro deste ano pelo Promotor de Justiça Renan Guilherme Góes de Lima, o intuito é averiguar o uso indevido de maquinário público em propriedade particular, em descompasso com a legislação municipal vigente (lei número 446/2018). “Como consabido, na administração pública não há liberdade, nem vontade pessoal do agente público para agir como bem entender, como o faz o particular. Em verdade, sua atuação encontra-se vinculada à Lei, vez que os atos administrativos devem ser praticados com a estrita observância dos pressupostos legais. No caso em tela, havendo legislação municipal pertinente à disponibilização de maquinário público para a realização de serviços de particular, eventual descompasso com as diretrizes legais pode confirmar ato de improbidade administrativa”, consta na deliberação do Promotor de Justiça Renan Guilherme, datada de 3/6/2022 e anexada aos autos dia 21/7.
Está no inquérito que o trabalho emergencial foi prestado de fato dias 11 e 12 de agosto do ano passado, mas a requisição teria sido supostamente preenchida em 10/8/2021, um dia antes. O Ministério Público investiga a veracidade das informações inseridas na guia de recolhimento derradeiramente encaminhada à Promotoria. A situação precisa ser explicada melhor pelo vice-prefeito João Pedro, pelo prefeito Giovane Mendes de Carvalho e os secretários de Obras, Transportes e Serviços e de Desenvolvimento Econômico e Agricultura, porque os documentos que chegaram nas mãos do promotor são de péssima qualidade de digitalização. Sem condições de compreensão. No ofício 193/2022, de 8/6/2022, o Ministério Público requisita ao prefeito Giovane Mendes “cópia legível da requisição de horas máquinas número 036, aparentemente datada de 10/8/21, bem como da guia de recolhimento e comprovante de pagamento/depósito pelo solicitante”. O promotor Renan Guilherme adverte que o não cumprimento de prazo, a recusa, o retardamento ou a omissão de dados, constitui crime, punido com pena de reclusão de 1 a 3 anos, mais multa de 10 a 1.000 ORTN (Lei da Ação Civil Pública número 7.347/85).
População pode ter acesso aos autos sim!
Atualmente o procedimento está em carga com o MP. O inquérito é público. Qualquer cidadão alto-piquirense pode ter acesso. Basta clicar no www.mppr.mp.br, na aba serviços + consultas a inquéritos civis e digitar o número do procedimento que é o 0003.21.000151-1. E mais informações sobre a investigação podem ser lidas no www.cadernojuridico.com.br.
Alto Piquiri é um pequeno Município do Noroeste do Paraná. Faz aniversário dia 25 de julho. População estimada é de 9,7 mil habitantes. Tem 7,4 mil eleitores. Fica a 46 quilômetros de Umuarama e a 626 da capital Curitiba.
Para conhecimento do alto-piquirense, o subsídio (salário) do prefeito Giovani é de R$ 16.810,43 e do vice João Pedro R$ 7.108,16.
Anderson Spagnollo
Da Redação
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Matéria publicada no jornal Coluna D'Oeste dia 29/7/2022. Acesse tembém www.jornalcoluna.com.br. Fica proibida a reprodução deste material sem a devida citação da fonte, autorização expressa do jornalista e a inclusão do link do conteúdo original.