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Jornal Caderno Jurídico



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“Para criar cargo tem dinheiro, mas para investir no Município não tem!”

Crítica é do vereador de Palotina, Rodrigo Ribeiro, sobre projeto do prefeito que cria carguinho para pupilo político

17/6/2022 às 20h40
Divulgação/Assessoria “Para criar cargo tem dinheiro, mas para investir no Município não tem!” “O caixa não está estufado? Mas cadê as obras?”, critica Rodrigo Ribeiro

Crise na saúde, diminuição da arrecadação, escassez no comércio e quebra na agricultura não são suficientes para o prefeito de Palotina, Luiz Ernesto de Giacometti, do PL, barrar um projeto dele mesmo que cria o cargo de “superassessor” da Prefeitura com o polpudo salário de R$ 11.016,00. A matéria foi deliberada na Câmara dias 18 e 25 de abril e os vereadores aprovaram por 5 x 3. Foram favoráveis à criação de mais um carguinho pago com o dinheiro do palotinense José Maria da Silva (PSD), Márcia Nedi Berno Cecluski (PL), Joarez Ribeiro de Campo (PL), Osvaldo Paulino de Freitas (PSDB) e Thiago Henrique Linares Mostachio (PSDB). Foram contra Sidney Alegre (MDB), Rodrigo Ribeiro (MDB) e Sérgio Luiz Formighieri (PSD). O presidente da Câmara, Eurico Fernandes Barbosa (MDB) vota só quando há empate.

Conforme o projeto 81/20 22, o Executivo, com a assinatura do prefeito Luiz Ernesto, pretende criar o cargo em comissão de Assessoria de Governo e Assuntos Estratégicos, um “superassessor” que fará a ponte entre Prefeitura e Câmara. Esse “meio de campo”, só de salário, resultará no gasto anual de cerca de R$ 132,1 mil aos cofres públicos. É clara demonstração que o inquilino da Prefeitura de Palotina, mesmo com toda sua experiência, não sabe (ou não quer) enxugar a folha e direcionar verbas públicas para resolver os verdadeiros problemas da população. Puro exemplo de desrespeito ao dinheiro público e má gestão econômica.

A sessão do dia 18 durou 1h47. Rodrigo Ribeiro afirma que, depois de ouvir a sociedade, líderes de entidades e classes produtora e empresarial, não é bem-vinda a criação desse cargo. “Meu voto é contra!”, assegura. O vereador mais votado de 2020 (1.380 votos) critica a gestão: dinheiro para criar cargo tem, mas para investir no Município não! “Jogando alto, 80% das estradas do interior não são pavimentadas. Não tem dinheiro de sobra? O caixa não está estufado? Mas cadê as obras? Fizeram uma maquiagem nas praças! Respeito a colocação de cada um dos nobres colegas, mas não concordo com a grande parte das coisas que foram ditas aqui”, adverte Rodrigo.

Sérgio Formighieri opina que precisamos de muito mais coisas no Município do que um assessor. “Por exemplo, a secretária de Educação necessita aumentar as vagas da creche e não têm profissionais para trabalhar. E nós criando cargo de assessor. Sou contra esse projeto. E não tem cabimento criar um cargo para uma pessoa que vai ser mais do que o próprio secretário”, fundamenta o Professor Pithy.

No entendimento de Sidney Alegre, o secretário de Administração já fazia a tal ponte. Menciona que cada secretaria tem seu assessor. “O secretariado já faz! O assessoramento já faz! E acredito que não seja necessário mais esse investimento para fazer esse meio de campo que diz o projeto. Talvez num futuro próximo, mas hoje sou contrário ao projeto”, justifica o Sargento Sidney.

 

Debaixo de vaias

A sessão de segunda-feira, 25, durou 1h34. Teve vários problemas nos microfones. No meio das discussões, Sargento Sidney pediu vistas do projeto, mas não adiantou. Mesmo debaixo de vaias e com grande número de munícipes presentes, a matéria foi aprovada.

 

Marqueteiro é favorito para ser o “superassessor”

O publicitário Renato Vagner Faleiro, marqueteiro de pesquisas eleitorais atuante em Umuarama e região há duas décadas – inclusive já fez pesquisas para o baixinho e a companheirada em algumas ocasiões – é o favorito para assumir a “superassessoria estratégica”. O ex-assessor do deputado estadual Delegado Fernando tem vantagem. No último dia 11 foi agraciado com a nomeação de secretário de Agricultura de Palotina (leia-se secretaria do Agronegócio e Meio Ambiente), no lugar do fazendeiro e ex-vice-prefeito Juarez Pastore. Contracheque de R$ 9.359,35. Decerto agricultura não é o ramo do marqueteiro, mas a intempestiva canetada de Luiz Ernesto o coloca numa das secretarias mais importantes da cidade. Ao que tudo indica é o pinote para assumir a “superassessoria” e mandar mais do que secretário, tendo ainda um holerite bem maior: R$ 11.016,00.

 

Anderson Spagnollo
Da Redação
contato@cadernojuridico.com.br

 

Matéria está nas páginas impressas do Coluna D'Oeste, de sexta-feira, 29 de abril de 2022. Acesse www.jornalcoluna.com.br e folheie o jornal pelo celular acompanhado de um café ou chimarrão.

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