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“Para criar cargo tem dinheiro, mas para investir no Município não tem!”
Crítica é do vereador de Palotina, Rodrigo Ribeiro, sobre projeto do prefeito que cria carguinho para pupilo político
Crise na saúde, diminuição da arrecadação, escassez no comércio e quebra na agricultura não são suficientes para o prefeito de Palotina, Luiz Ernesto de Giacometti, do PL, barrar um projeto dele mesmo que cria o cargo de “superassessor” da Prefeitura com o polpudo salário de R$ 11.016,00. A matéria foi deliberada na Câmara dias 18 e 25 de abril e os vereadores aprovaram por 5 x 3. Foram favoráveis à criação de mais um carguinho pago com o dinheiro do palotinense José Maria da Silva (PSD), Márcia Nedi Berno Cecluski (PL), Joarez Ribeiro de Campo (PL), Osvaldo Paulino de Freitas (PSDB) e Thiago Henrique Linares Mostachio (PSDB). Foram contra Sidney Alegre (MDB), Rodrigo Ribeiro (MDB) e Sérgio Luiz Formighieri (PSD). O presidente da Câmara, Eurico Fernandes Barbosa (MDB) vota só quando há empate.
Conforme o projeto 81/20 22, o Executivo, com a assinatura do prefeito Luiz Ernesto, pretende criar o cargo em comissão de Assessoria de Governo e Assuntos Estratégicos, um “superassessor” que fará a ponte entre Prefeitura e Câmara. Esse “meio de campo”, só de salário, resultará no gasto anual de cerca de R$ 132,1 mil aos cofres públicos. É clara demonstração que o inquilino da Prefeitura de Palotina, mesmo com toda sua experiência, não sabe (ou não quer) enxugar a folha e direcionar verbas públicas para resolver os verdadeiros problemas da população. Puro exemplo de desrespeito ao dinheiro público e má gestão econômica.
A sessão do dia 18 durou 1h47. Rodrigo Ribeiro afirma que, depois de ouvir a sociedade, líderes de entidades e classes produtora e empresarial, não é bem-vinda a criação desse cargo. “Meu voto é contra!”, assegura. O vereador mais votado de 2020 (1.380 votos) critica a gestão: dinheiro para criar cargo tem, mas para investir no Município não! “Jogando alto, 80% das estradas do interior não são pavimentadas. Não tem dinheiro de sobra? O caixa não está estufado? Mas cadê as obras? Fizeram uma maquiagem nas praças! Respeito a colocação de cada um dos nobres colegas, mas não concordo com a grande parte das coisas que foram ditas aqui”, adverte Rodrigo.
Sérgio Formighieri opina que precisamos de muito mais coisas no Município do que um assessor. “Por exemplo, a secretária de Educação necessita aumentar as vagas da creche e não têm profissionais para trabalhar. E nós criando cargo de assessor. Sou contra esse projeto. E não tem cabimento criar um cargo para uma pessoa que vai ser mais do que o próprio secretário”, fundamenta o Professor Pithy.
No entendimento de Sidney Alegre, o secretário de Administração já fazia a tal ponte. Menciona que cada secretaria tem seu assessor. “O secretariado já faz! O assessoramento já faz! E acredito que não seja necessário mais esse investimento para fazer esse meio de campo que diz o projeto. Talvez num futuro próximo, mas hoje sou contrário ao projeto”, justifica o Sargento Sidney.
Debaixo de vaias
A sessão de segunda-feira, 25, durou 1h34. Teve vários problemas nos microfones. No meio das discussões, Sargento Sidney pediu vistas do projeto, mas não adiantou. Mesmo debaixo de vaias e com grande número de munícipes presentes, a matéria foi aprovada.
Marqueteiro é favorito para ser o “superassessor”
O publicitário Renato Vagner Faleiro, marqueteiro de pesquisas eleitorais atuante em Umuarama e região há duas décadas – inclusive já fez pesquisas para o baixinho e a companheirada em algumas ocasiões – é o favorito para assumir a “superassessoria estratégica”. O ex-assessor do deputado estadual Delegado Fernando tem vantagem. No último dia 11 foi agraciado com a nomeação de secretário de Agricultura de Palotina (leia-se secretaria do Agronegócio e Meio Ambiente), no lugar do fazendeiro e ex-vice-prefeito Juarez Pastore. Contracheque de R$ 9.359,35. Decerto agricultura não é o ramo do marqueteiro, mas a intempestiva canetada de Luiz Ernesto o coloca numa das secretarias mais importantes da cidade. Ao que tudo indica é o pinote para assumir a “superassessoria” e mandar mais do que secretário, tendo ainda um holerite bem maior: R$ 11.016,00.
Anderson Spagnollo
Da Redação
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Matéria está nas páginas impressas do Coluna D'Oeste, de sexta-feira, 29 de abril de 2022. Acesse www.jornalcoluna.com.br e folheie o jornal pelo celular acompanhado de um café ou chimarrão.
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