Publicidade
Publicidade

Jornal Caderno Jurídico



NOTÍCIAS

Na 2ª fase da Metástase, Gaeco prende empresário e diretor de hospital de Umuarama

Duas empresas de fachada e uma entidade hospitalar lavavam notas frias para desviar dinheiro público. Cifras alcançam R$ 2,5 milhões – tem R$ 1,7 mi em notas de obras não executadas. Veículos de luxo já foram sequestrados.

16/6/2021 às 16h46
MPPR Na 2ª fase da Metástase, Gaeco prende empresário e diretor de hospital de Umuarama Veículos de luxo sequestrados e apreendidos

Na manhã desta quarta-feira, 16 de junho, o Ministério Público do Paraná deflagrou a segunda fase da Operação Metástase, que investiga diversos crimes de lesão ao erário em Umuarama, no Noroeste do Estado. Foram cumpridos cinco mandados de prisão preventiva, cinco de busca e apreensão e cinco de sequestro de veículos. Estão atrás das grades André Buratti, do hospital Norospar e Rogério Cândido de Souza, empresário da cidade.

A Operação Metástase é conduzida pelo núcleo de Umuarama do Grupo Especializado na Proteção do Patrimônio Público e no Combate à Improbidade Administrativa (Gepatria) e pelo núcleo de Cascavel do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), unidades do MPPR. É investigada a atuação de uma organização criminosa suspeita de praticar os crimes de peculato e falsidade ideológica a partir de desvios na área da saúde no Município de Umuarama, além de fraudes em licitações (direcionamento para empresas de interesse do grupo), fraudes em contratações diretas (também com favorecimento a empresas ligadas ao grupo), superfaturamentos e corrupção ativa e passiva (com depósitos em contas de investigados e de terceiros).

Dois dos cinco mandados de prisão referem-se a investigados que já estavam presos desde a primeira fase da operação, e três vinculam-se a outros investigados que não haviam sido alvo de mandados de prisão na primeira etapa.

As buscas foram cumpridas nas residências dos investigados e nas sedes das empresas, para a obtenção de documentos que sirvam para a confirmação das provas já produzidas a partir de diligências de campo, interceptações telefônicas e quebras de sigilos bancário, fiscal e telemático.

 

Notas frias

As investigações revelaram a possível existência de duas empresas de fachada utilizadas por servidores públicos e dirigentes de uma entidade hospitalar filantrópica de Umuarama para emissão de notas fiscais frias e desvio de recursos públicos. Segundo as apurações, as duas empresas teriam sido responsáveis por emitir R$ 2.589.784,70 em notas frias, sendo R$ 1.772.900,00 relativos a supostas obras e serviços de reformas não executados e R$ 816.884,70 referentes a materiais hospitalares (como luvas cirúrgicas e máscaras) que não foram fornecidos.

 

Sequestro de bens

Com autorização judicial, houve o sequestro e apreensão de cinco veículos dos investigados, com vistas a buscar a garantia de reparo dos danos causados ao patrimônio público pelos desvios praticados. Os bens deverão ir a leilão, podendo ser utilizados temporariamente por autoridades de segurança até que sejam leiloados.

“Se teve desvios, não chega a nem 10% disso”, afirma Celso Pozzobom

As investigações foram iniciadas pelo Gepatria de Umuarama, com apoio do Gaeco de Cascavel, no começo de 2020. Diante do envolvimento de suspeitos com prerrogativa de foro, também atua na apuração a Subprocuradoria-Geral de Justiça para Assuntos Jurídicos do MPPR.

 

Na primeira fase da operação, Gaeco acorda o prefeito

Relembrando o caso, dia 5 de maio, na primeira fase da Metástase, o prefeito Celso Pozzobom foi alvo da operação. Seu nome está envolvido desde o início das investigações. Celso Pozzobom é apontado pelo Ministério Público como sendo o chefe da organização criminosa acusada de ter desviado mais de R$ 19 milhões da saúde. Dez pessoas já foram presas.

Na primeira fase, o Gaeco bateu na porta da casa de Celso Pozzobom e cumpriu mandados de busca e apreensão. Foram pegos documentos e outros importantes materiais que fazem parte das investigações. Celso Pozzobom foi escoltado pela polícia até a Prefeitura.

 

“Se teve desvios, não chega a nem 10% disso”, afirma Celso Pozzobom

Acoado e com discurso decorado possivelmente repassado por advogados medalhões, início da semana Celso Pozzobom disse a alguns órgãos de comunicação que “se teve desvios não chega a nem 10% disso”. Com voz de tonalidade baixa e apresentando desânimo, Celso Pozzobom afirmou que “as coisas começaram errado desde o princípio da declaração de desvios de R$ 19 milhões”. “Que é isso. Não é assim. Se teve desvios, não chega a nem 10% disso”, concluiu Celso Pozzobom, em claro semblante de falta de entusiasmo. Celso Pozzobom não está envolvido na operação desta quarta.

 

Anderson Spagnollo
Da Redação
contato@cadernojuridico.com.br

Com informações
Assessoria de Comunicação do MPPR
comunicacao@mppr.mp.br

Publicidade

APOIADORES

  • Monica de Oliveira Pereira
Publicidade
  • Descarte correto de lixos e entulhos é no aterro sanitário!