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Sorvos paga R$ 35 mil em horas-extras e FGs à companheirada
Somente para a esposa, o prefeito de Nova Olímpia autorizou, nos primeiros dois meses de governo, o pagamento de R$ 7.778,69 em horas-extras
Já pensou ganhar de horas-extras R$ 7.778,69 em plena pandemia? Bom né! Só que a sortuda não é trabalhadora da iniciativa privada, nem professora da rede municipal. Também não é profissional da saúde que está na linha de frente combatendo o coronavírus e não integra as forças de segurança que varam as noites em plantões, arriscando a vida para cuidar da população. A “pé-quente” é a esposa do prefeito de Nova Olímpia, Luiz Lazaro Sorvos, do PP. Isso mesmo novaolimpiense. No primeiro mês de governo do marido, em janeiro, Ângela Silvana Zaupa engordou seu supersalário com R$ 3.841,33 de horas-extras, totalizando um polpudo contracheque de R$ 10.243,54 (bruto). O salário base da primeira-dama é R$ 5.665,67 para 20 horas (concursada como controladora interna). Neste mês de fevereiro, Ângela Zaupa – que até dezembro do ano passado estava afastada por pertencer ao grupo de risco – emplacou um valor ainda maior em horas-extras: R$ 3.937,36. Passou do base de R$ 5,6 mil para R$ 10.339,57. (salário de fevereiro R$ 5.665,67 + horas-extras 50% R$ 3.937,36 + anuênio R$ 736,54). Se as fartas horas-extras seguirem até dezembro, a previsão é que a primeira-dama de Nova Olímpia embolse aproximadamente R$ 123.600,00 em 12 meses (holerite médio de R$ 10,3 mil), perfazendo durante os quatro anos de mandato do generoso marido a expressiva quantia média de R$ 494.400,00 – quase meio milhão de reais.
Antes de completar 60 dias de governo, Luiz Sorvos também autorizou pagamentos de rendosas horas-extras, horas complementares e gratificações de funções – as famosas FGs – a outros seis servidores concursados e agora com cargos de confiança – os “portariados”. Acompanhe:
Andreia Cristina Batista Alves, concursada para o cargo de advogada, nomeada secretária de Saúde – salário base de R$ 3.758,72 + horas complementares de R$ 3.758,72 + anuênio de R$ 977,27 = R$ 8.494,71;
Cleuza Peron, concursada para o cargo de assistente social, nomeada diretora de Controle-interno – salário base de R$ 2.204,38 + FG de R$ 2.114,24 + anuênio de R$ 132,26 = R$ 4.450,88;
José Carlos da Silva, concursado para o cargo de técnico em projetos dos investimentos públicos, nomeado secretário-geral de Governo – salário base de R$ 3.758,72 + FG de R$ 1.954,53 + anuênio de R$ 939,68 = R$ 6.652,93;
Maria Cristina Guadagnini Pereira, concursada para o cargo de técnica em contabilidade, nomeada chefe de divisão – salário base de R$ 2.060,18 + FG de R$ 2.60,18 + anuênio de R$ 267,82 = R$ 4.388,18 e;
Nagila Aparecida Baraldi Dedino, concursada para o cargo de professora da educação infantil, nomeada secretária de Educação – salário base de R$ 4.053,55 + FG de R$ 3.040,16 + anuênio de R$ 1.256,60 = R$ 8.350,31.
Tijuca ganha extra de R$ 1.047,02
Outro caso que chama atenção é o do servidor Sérgio Aparecido Pereira da Cruz, que inclusive, é vereador – o conhecido Tijuca. Concursado desde 2016 para o cargo de técnico em vigilância sanitária, Tijuca vai receber neste mês R$ 1.047,02 em horas-extras. Somando o salário-base de R$ 1.307,47, insalubridade de R$ 261,49, anuênio de R$ 52,30, prêmio PMAQ de R$ 200,00, atestado médico de R$ 55,91 e as horas-extras, o contracheque de Tijuca em fevereiro é de R$ 2.924,19.
Na Câmara o vereador compõe a base de apoio do prefeito. Além disso, é do mesmo partido.
Ano passado Tijuca foi reeleito com 233 votos. Foi 4º mais votado entre os nove eleitos e o mais votado da sua coligação.
R$ 17,1 mil em janeiro e R$ 17,9 mil em fevereiro
Nos primeiros dois meses de governo, o prefeito Luiz Sorvos, mesmo diante de uma crise mundial ocasionada pela Covid-19, mesmo com o enfraquecimento do comércio em geral refletindo na queda da arrecadação, autorizou o pagamento de R$ 35.047,41 em horas-extras, horas complementares e gratificações de funções aos servidores citados. Em janeiro foram R$ 17.135,20 e em fevereiro R$ 17.912,21. Se esses pagamentos seguirem o mesmo patamar, ao longo de 2021 sairão dos cofres públicos de Nova Olímpia cerca de R$ 420.568,92 só para pagar as horas e as FGs de servidores apoiadores do grupo político que venceu as eleições do ano passado. É perto de meio milhão de reais. E em quatro anos é uma dinheirama de R$ 1,6 milhão para agradar a companheirada.
Qualquer cidadão novaolimpiense pode ter acesso a essas informações. Basta clicar www.novaolimpia.pr.gov.br e procurar a aba Transparência Online.
Matéria publicada originalmente no jornal impresso Coluna D'Oeste, edição 710, de 26 de fevereiro de 2021. Clique www.jornalcoluna.com.br e veja a versão completa do jornal.
Anderson Spagnollo
Da Redação
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