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Jornal Caderno Jurídico



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Delegado Fernando e seu gabinete regado a polpudos salários e graúdos aluguéis

Assessores ganham rendosos ordenados de R$ 19,8 mil. Só em um mês, gabinete torrou R$ 110 mil em contracheques. E tem aluguel de veículo por R$ 8.300,00 mensais.

7/2/2020 às 23h56 | Atualizado em 7/2/2020 às 23h58
Dálie Felberg 2/4/2019 Delegado Fernando e seu gabinete regado a polpudos salários e graúdos aluguéis Deputado estadual Delegado Fernando: primeiro ano de mandato e já pagando polpudos salários a assessores, além de gastos demasiados com aluguéis de imóveis e veículos. Quem paga a conta é o eleitor.

Anderson Spagnollo
Da Redação
contato@cadernojuridico.com.br

 

A folha de pagamento de dezembro de 2019 do gabinete do deputado estadual de Umuarama, Delegado Fernando Ernandes Martins, do PSL, somou a exorbitante quantia de R$ 110.141,74. Sem 13º e férias. E fora o gordo contracheque do parlamentar que é de R$ 25.322,25. Os mais de R$ 110 mil são polpudos salários pagos a assessores. Dois comissionados ganham R$ 19.878,52. Um R$ 19.861,78. Há outros três bons holerites: R$ 9.433,04; R$ 7.849,95 e R$ 6.299,36. O deputado novato emplacou 2019 com mais de uma dezena de assessores. Os outros ordenados vão de R$ 4.812,82 a R$ 2.201,51. Fazendo uma projeção anual, só com a folha, o gabinete do Delegado Fernando torra (torrou e vai torrar) R$ 1.321.700,88 por ano. Isso mesmo. Tosta mais de R$ 1,3 milhão por ano bancando assessores. É um gabinete caro e com dezenas de outras vultosas despesas, que vão desde desnecessários e onerosíssimos aluguéis de veículos a R$ 8.300,00 num mês, agência de comunicação a R$ 5.875,00, agência de propaganda por R$ 9.000,00, aluguel de imóvel em Umuarama por consideráveis R$ 2.229,40 mensais, banca de advogados ao preço de R$ 4.000,00 por mês e R$ 6.275,82 “queimados” em combustíveis durante apenas 30 dias (gasto de dezembro de 2019). Os jornais Caderno Jurídico e Coluna D’Oeste dão início a detalhadas reportagens especiais sobre os deputados das regiões Noroeste e Oeste. Depois de um ano de mandato, começaremos a mostrar como, com o que e a fim de que os parlamentares estão gastando o dinheiro do paranaense. Em 2018 o Delegado Fernando se elegeu com 36.937 votos – o terceiro mais bem votado do PSL. Só em Umuarama, o novato na política pertencente à bancada da bala somou 25.607 votos (43,53% do eleitorado). Nas urnas deu certo a promessa de renovação e de fazer política de um jeito diferente.

 

13 assessores

A equipe do Delegado Fernando é composta por 13 assessores. As duas maiores remunerações são de R$ 19.878,52, pagas a Carlos Renato Pereira da Fonte e a Edson Hideki Itikawa. Outro polpudo salário de quase R$ 20 mil é pago a Rainer Nocetti Tormena (R$ 19.861,79). Esses três comissionados consomem mensalmente R$ 59.618,83. Por ano – fora o 13º – a estimativa é o pagamento de R$ 715,4 mil somente a três servidores. Outros assessores contratados em cargos de confiança são (listamos os salários acima de R$ 5.000,00): Renato Vagner Faleiro – R$ 9.433,04; Sara Damiana Borges Urbano – R$ 7.849,95 e Alex Giovani Peixoto – R$ 6.299,36. Somados aos gordos holerites estão benefícios de auxílio-alimentação e auxílio-creche que vão de R$ 996,29 a R$ 1.522,43. A lista consta na relação de servidores comissionados da Assembleia Legislativa do Paraná atualmente lotados no gabinete do Delegado Fernando.

Fazendo uma projeção para 12 meses, só com a folha, o gabinete do Delegado Fernando torra (torrou e vai torrar) R$ 1.321.700,88 por ano. Isso mesmo. Tosta mais de R$ 1,3 milhão por ano bancando salário de assessores.

 

Polpudos aluguéis de veículos

A gastança não para por aí. De março a dezembro do ano passado, com dinheiro público, o Delegado Fernando pagou R$ 67.050,00 de aluguéis de veículos. São duas locadoras. Uma de Umuarama (W Peixoto Locadora) e uma de Curitiba (Flex Locadora de Veículos). A gastança foi da seguinte forma:

Março – R$ 5.000,00 pago à Peixoto (R$ 3.000,00 e R$ 2.000,00);

Abril – R$ 5.000,00 pago à Peixoto (R$ 3.000,00 e R$ 2.000,00);

Maio – R$ 5.000,00 pago à Peixoto (R$ 3.000,00 e R$ 2.000,00);

Junho – R$ 6.000,00 pago à Peixoto (R$ 3.000,00 e R$ 3.000,00);

Julho – R$ 6.000,00 pago à Peixoto (R$ 3.000,00 e R$ 3.000,00) e R$ 550,00 pago à Flex, totalizando R$ 6.550,00;

Agosto – R$ 5.000,00 pago à Peixoto (R$ 3.000,00 e R$ 2.000,00) e R$ 3.300,00 pago à Flex, totalizando R$ 8.300,00;

Setembro – R$ 5.000,00 pago à Peixoto (R$ 3.000,00 e R$ 2.000,00) e R$ 3.300,00 pago à Flex, totalizando R$ 8.300,00;

Outubro – R$ 5.000,00 pago à Peixoto (R$ 3.000,00 e R$ 2.000,00) e R$ 3.300,00 pago à Flex, totalizando R$ 8.300,00;

Novembro – R$ 5.000,00 pago à Peixoto (R$ 3.000,00 e R$ 2.000,00) e R$ 3.300,00 pago à Flex, totalizando R$ 8.300,00 e;

Dezembro – R$ 3.000,00 pago à Peixoto e R$ 3.300,00 pago à Flex, totalizando R$ 6.300,00.

 

Polpudos aluguéis de imóveis

À Shionati Cia Ltda., de Umuarama, o Delegado Fernando paga, com dinheiro público, consideráveis R$ 2.229,40 mensais. De março a dezembro foram 10 meses, consumindo mais de 22 mil, possivelmente com aluguel de imóvel para o gabinete.

Já foram pagos de aluguel da residência do parlamentar em Curitiba R$ 26.268,39, de março a dezembro, com valores mensais de R$ 2.470,41 a R$ 3.296,56.

Os valores dos aluguéis estão bem longe da realidade da maioria da população. Locações de R$ 3,2 mil e R$ 2,2 mil não cabem dentro da realidade que o cidadão tem. A fonte pagadora é a Assembleia Legislativa do Estado, ou seja, dinheiro público que deveria ser economizado, podendo o deputado claramente e sem muito esforço escolher imóveis mais baratos, dando exemplo de economia de dinheiro público.

 

Combustíveis

Os gastos com combustíveis já consumiram do bolso do contribuinte R$ 48.824,30. Consta na prestação de contas, de fevereiro a dezembro do ano passado, que as despesas do gabinete do Delegado Fernando em postos de combustíveis variaram de R$ 2.060,05 (fevereiro) a R$ 6.275,82 (dezembro). Acompanhe o relatório:

Fevereiro – R$ 2.060,05, em 15 lançamentos (possivelmente notas fiscais) com valores de R$ 50,00 a R$ 241,44;

Março – R$ 2.551,84, em 14 lançamentos (possivelmente notas fiscais) com valores de R$ 50,00 a R$ 836,61;

Abril – R$ 2.073,66, em 17 lançamentos (possivelmente notas fiscais) com valores de R$ 49,01 a R$ 216,69;

Maio – R$ 3.860,70, em 21 lançamentos (possivelmente notas fiscais) com valores de R$ 30,00 a R$ 1.172,94;

Junho – R$ 5.893,82, em 45 lançamentos (possivelmente notas fiscais) com valores de R$ 30,93 a R$ 270,62;

Julho – R$ 4.795,43, em 44 lançamentos (possivelmente notas fiscais) com valores de R$ 34,55 a R$ 203,99;

Agosto – R$ 6.133,68, em 54 lançamentos (possivelmente notas fiscais) com valores de R$ 48,94 a R$ 200,70;

Setembro – R$ 2.726,20, em 17 lançamentos (possivelmente notas fiscais) com valores de R$ 86,97 a R$ 247,10;

Outubro – R$ 6.181,47, em 52 lançamentos (possivelmente notas fiscais) com valores de R$ 49,65 a R$ 210,91;

Novembro – R$ 6.271,63, em 46 lançamentos (possivelmente notas fiscais) com valores de R$ 25,28 a R$ 341,57 e;

Dezembro – R$ 6.275,82, em 43 lançamentos (possivelmente notas fiscais) com valores de R$ 49,65 a R$ 278,26.

 

Generosa verba para propaganda

Nem bem completados 30 dias do início do período ordinário o Delegado Fernando já havia gasto R$ 9.000,00 da verba de “divulgação da atividade parlamentar”. A Salla de Propaganda Ltda., de Umuarama, foi a prestadora de serviços. O pagamento ocorreu em março de 2019. A Salla também recebeu pagamentos nos meses seguintes (abril, maio e junho), totalizando R$ 23.000,00 (R$ 9.000,00 + R$ 9.000,00 + R$ 5.000,00). De julho a dezembro ocorreram outros pagamentos aos veículos de comunicação e os maiores foram para a Max D Comunicação, de Curitiba (R$ 5.000,00, em agosto; R$ 5.875,00, em setembro; R$ 6.675,00, em outubro; R$ 5.875,00, em novembro e R$ 5.875,00, em dezembro). Do mês 7 ao mês 12 de 2019, a Max D embolsou R$ 29.300,00 para fazer propaganda do Delegado Fernando. Ao todo, no primeiro ano de mandato, o deputado de Umuarama gastou nada menos do que R$ 77.350,00 com “divulgação da atividade parlamentar”. Generosa verba para um só deputado fazer publicidade.

 

Outros deputados

Tião Medeiros, Delegado Jacovós e Jonas Guimarães, parlamentares das regiões de Cianorte e Paranavaí (municípios mais próximos a Umuarama que elegeram representantes no Legislativo estadual), também têm assessores com polpudos salários superiores a R$ 10 mil, pagos com dinheiro do povo paranaense. Na mesma linha desta primeira reportagem, os jornais Caderno Jurídico e Coluna D’Oeste também farão varredura nos gastos desses parlamentares e, de igual forma, com os eleitos do Oeste e Médio Oeste.

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  • Monica de Oliveira Pereira
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