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Richa tem quase R$ 20 milhões bloqueados devido à propaganda irregular
Colecionador de processos, ex-governador sofreu drástica queda e hoje vive o esquecimento: quem planta colhe

A 4ª Vara da Fazenda Pública de Curitiba determinou liminarmente o bloqueio de bens do ex-governador do Paraná Beto Richa, atendendo pedido do Ministério Público do Paraná em ação civil pública que requer a restituição de R$ 19.895.333,61 (em valores atualizados) gastos com propaganda irregular em 2007 e no primeiro semestre de 2008, quando o político era prefeito da capital e pretendia concorrer às eleições de 2008 para o cargo de governador. Beto Richa ganhou e governou o Paraná de 2011 a 2018.
De acordo com a ação, os gastos referem-se a “todas as propagandas em que a expressão Cidade da Gente apareceu grafada abaixo do brasão do município, bem como as propagandas em que foram utilizados os slogans Curitiba, a Cidade da Gente e Curitiba Melhor Pra Você”, que “foram feitas de modo a beneficiar o então prefeito, que concorreu à reeleição”.
Alega o Ministério Público que o então prefeito “utilizou material de publicidade institucional para inserir símbolos e slogans de sua campanha política, para sua autopromoção perante os eleitores”, caracterizando ato de improbidade administrativa, por quebra dos princípios da moralidade e da impessoalidade e por causar prejuízo ao erário. O ex-prefeito e ex-governador chegou a ser multado três vezes pelo Tribunal Regional Eleitoral por conta da propaganda irregular, considerada propaganda eleitoral extemporânea.
Justiça atende pedido do MPPR e determina bloqueio de bens de ex-governador em ação que pede restituição de gastos com publicidade.
Além disso, segundo o MPPR, houve enriquecimento ilícito do político, uma vez que ele “deixou de dispor de numerário particular para a confecção de material publicitário para campanha eleitoral, custo este totalmente suportado pelo órgão público”.
Embora o ato de improbidade já tenha prescrito, a restituição ao erário dos valores gastos irregularmente pode – e deve – ser exigida.
O “acumulador” de processos
Depois de ter governado o Estado oito anos Beto Richa sofreu drástica queda e hoje vive o esquecimento. Não se elegeu senador. E não é por menos. Além de ter aposentado Requião de vez, o paranaense também agiu certo quando baniu Richa da vida pública. Richa administrou muito mal o dinheiro do paranaense. Triplicou os impostos. Queria receita. Fez o paranaense sofrer – e muito. Richa provou ser um péssimo e desonesto gestor público. Praticamente seu governo inteiro está envolvido em corrupção. Quase todos os seus secretários, seus ex-secretários, estão respondendo processos criminalmente. O governo Beto Richa foi corrupto com "tico-tico" e hoje sofre as consequências. Polícia, MP e Judiciário estão de parabéns. Estão colocando político ladrão na cadeia. E não interessa o partido. E o sequestro de bens é a medida ideal para ressarcir a população sofredora e que provou nas urnas querer mudança.
Torcemos – e torcemos mesmo – para que o próximo governador do Paraná, o Ratinho filho, não perca a cabeça. Senão daqui oito anos estará na mesma situação de Richa: solto em HC de ofício por ministro tendencioso, ficando sem dinheiro e temendo diariamente ser acordado, às 6, pelo Gaeco ou Polícia Federal – “despertadores exclusivos e personalizados” para políticos ladrões.
Anderson Spagnollo
Da Redação
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