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Jornal Caderno Jurídico



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Carlos Fernando deixa a Lava Jato

Procurador do Ministério Público Federal fez parte da formação inicial da força-tarefa. Em seu lugar entra Felipe D'Elia Camargo.

25/9/2018 às 2h43 | Atualizado em 25/9/2018 às 3h25
Divulgação Carlos Fernando deixa a Lava Jato "Combati o bom combate e guardei a fé em um país melhor. Obrigado", escreve Carlos Fernando

Depois de quatro anos integrando a força-tarefa da Lava Jato do Ministério Público Federal no Paraná (MPF-PR), o Procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima está retornando às suas atividades na Procuradoria Regional da República da 3ª Região (PRR3), em São Paulo. Carlos Fernando fez parte da formação inicial da Lava Jato com seis procuradores, designada pelo então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em abril de 2014. Carlos Fernando deve se aposentar no próximo ano.

Sua saída consta da portaria PGR 843 publicada no Diário Oficial da União na quinta-feira, 20. No mesmo documento está a designação do procurador da República Felipe D’Elia Camargo para ocupar a vaga de Carlos Fernando. A portaria foi assinada pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge.

“Sentirei falta de meus companheiros dessa jornada, pois somos uma família, uma fraternidade que permaneceu unida no propósito de promover justiça, mesmo nos momentos mais difíceis”, afirma Carlos Fernando.

 

Integrante da Lava Jato que deixa grande legado

Contundente em suas entrevistas, artigos e observações postadas nas redes sociais, Carlos Fernando deixa um grande legado à Lava Jato. Crítico ferrenho quando o assunto é corrupção, ele sempre afirma que “o foro privilegiado é fonte de impunidade em nosso país”.

Continuarei a lutar pelas Medidas contra a Corrupção. Continuarei a denunciar como cidadão aquilo de errado que vemos diariamente acontecer no Poder Executivo, Legislativo e Judiciário, especialmente no que se refere ao combate à corrupção, à necessidade de se reformar a política e aos abusos de poderosos.

Em artigo publicado na versão impressa do Caderno Jurídico, de dezembro de 2017, entre vários outros materiais, Carlos Fernando escreveu, junto com o também procurador Diogo Castor, que “Quando a Corte aceita barganhar a corrupção institucionalizada do Legislativo é hora de repensar nossos caminhos”. O artigo tem o título “A República dos Coronéis” e também faz menção a um senador que foi pego solicitando dois milhões de reais a um conhecido empresário e como provas há gravações de áudio e vídeo, bem como apreensão da mala com os valores solicitados.

 

Mensagem

Leia a mensagem que Carlos Fernando escreveu nas redes sociais.

“Após quatro anos e seis meses na operação Lava Jato e me aproximando da aposentadoria aos quarenta anos de serviço público, tomei a iniciativa de pedir meu afastamento das investigações. Fiz isso por entender necessário preceder minha aposentadoria desse distanciamento ético, pois foi assim que sempre procedi em minha vida profissional. Sentirei falta de meus companheiros dessa jornada, pois somos uma família, uma fraternidade que permaneceu unida no propósito de promover justiça, mesmo nos momentos mais difíceis. E como em uma família, houve a compreensão dos meus motivos e apoio a minha decisão. Serei substituído nas minhas tarefas dentro da operação, que continuará com a coordenação inspiradora de meu amigo Deltan Dallagnol. Continuarei a lutar pelas Medidas contra a Corrupção em palestras, artigos e posts. Continuarei a denunciar como cidadão aquilo de errado que vemos diariamente acontecer no Poder Executivo, Legislativo e Judiciário, especialmente no que se refere ao combate à corrupção, à necessidade de se reformar a política e aos abusos de poderosos. Obrigado ao apoio que recebi, ou melhor, recebemos das pessoas de bem durante todos esses anos. A operação Lava Jato continuará a precisar desse apoio. Quanto a mim, consolo-me, sabendo que combati o bom combate e guardei a fé em um país melhor. Obrigado.”

 

Da Redação
contato@cadernojuridico.com.br

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