Educação
Os desafios para a construção de uma nova escola pós pandemia
Considerando-se o momento que estamos atravessando, onde toda a estrutura social, política e educacional está sendo alterada drasticamente, pode-se notar que na educação, tema destas considerações, o aprendizado está transpondo o ambiente físico para transitar pelo ambiente virtual, forçando profundas posturas de transformações, nos métodos e técnicas pedagógicas. Tal mudança, com certeza, impulsionará as escolas para uma esfera totalmente diversificada, fazendo com que o “status quo” anterior, fique relegado à história.
A pandemia tem mostrado claramente a necessidade de seguir novos caminhos, dentre eles a necessidade de solidificar o uso das tecnologias educacionais e das metodologias ativas no cotidiano escolar. Urge, sair agora, neste momento de inevitáveis mudanças, das quatro paredes da sala de aula e ir em busca de uma gestão inovadora e criativa para fortalecer os novos ares de uma educação que priorize a autonomia do aluno, juntamente com uma visão proativa do professor.
Necessário que se tenha professores e alunos mais dinâmicos e interativos, claro que ainda existem vários problemas a serem superados, dentre eles a necessidade de equalizar a aprendizagem e garantir oportunidades iguais com qualidade e equidade, adotando ainda, uma nova política por todos os segmentos educacionais para amenizar tais problemas. Ainda há, sobretudo, em todas as esferas desapreço à organização do ensino e à valorização dos profissionais da educação. Estruturalmente, o modelo carrega defeitos, vícios e fatores danosos à educação de qualidade e reflexos da ausência de um planejamento nacional. Que não deve, de forma alguma, ser motivo para desleixos e marasmos.
Neste novo cenário, vislumbra-se, mesmo que impreciso, uma luz de mudança e esperança para que tais problemas possam ser amenizados, abrindo espaço para um ensino mais dinâmico e interativo. Dentre os fatores mais relevantes, evidencia-se, o desejo de mudanças por parte dos professores, pois estes desenvolvem um trabalho não só necessário, mas imprescindível para o desenvolvimento pessoal e intelectual dos alunos.
Desta forma, a educação continuada nesse novo cenário será fundamental para manter o corpo docente atualizado melhorando suas práticas pedagógicas, pois a educação é desafiadora e requer a efetividade de novas práticas pedagógicas e do aprendizado e, não mais o acúmulo de conteúdo sem aplicabilidade.
Evidencia-se, assim, que em tempos de cultura digital, o professor não mais poderá ser um transmissor de conhecimentos, para se tornar, efetivamente, um mediador e facilitador da construção de novos saberes. Assumindo esta nova prática a nova escola passará a exigir um novo perfil de professor, um perfil que perpassa a função de ensinar.
Luiz Roberto Prandi. Doutor em Ciências da Educação (UFPE), mestre em Ciências da Educação (UNG/SP) e especialista em Metodologia do Ensino Superior, Metodologia do Ensino de Filosofia e Sociologia, Gestão e Supervisão Escolar, Gestão e Educação Ambiental, Educação do Campo, Educação Especial, Educação Especial com Ênfase na Def. Múltipla, Gênero e Diversidade no Espaço Escolar e Gestão de Políticas Sociais. Professor titular da Universidade Paranaense (UNIPAR), coordenador Multicampi do Programa Institucional de Valorização do Magistério Superior (Pró-Magíster/UNIPAR), pesquisador e autor de livros. Escreva para pranddi@hotmail.com.
Artigo publicado no jornal impresso de julho de 2020.