Política
O ódio é a chama da ignorância que cega
O Presidente Jair, “O Messias”, Bolsonaro chocou o mundo (leia-se mídia progressista e intelectuais orgânicos) mais uma vez ao receber o coro “MITO” dos jogadores da seleção brasileira de futebol e de boa parte da torcida após a vitória na final da Copa América. O mundo não compreende o imenso apoio popular a um Presidente de extrema direita ultra radical nazifascista mega conservadora neoliberal escravocrata homotransfóbica armamentista cristã. Brincadeiras à parte, parece-me que a maioria dos integrantes da classe falante não percebeu que o “Bonoro” venceu as eleições com imensa vantagem e que ainda encontra significativo apoio popular. Amigos, para a saúde mental de vocês, aviso que as eleições acabaram e vocês perderam. Se mesmo assim você continua aflito, recomenda-se a ingestão da pílula vermelha, a consulta de um psicólogo ou a leitura das próximas linhas.
As pessoas adquirem conhecimento acerca de algo por meio dos sentidos e/ou por meio da razão. No primeiro caso a experimentação de uma série de estímulos sensoriais faz com que a pessoa ache que sabe algo, contudo, o conhecimento pode estar incompleto em razão de uma falsa percepção da realidade ou de uma incompreensão das causalidades da realidade. No segundo caso há um processo de busca das causalidades de uma realidade percebida para se obter verdades objetivas. Por observação simples, é perceptível que existe um predomínio da primeira forma de obtenção de conhecimento. Note a quantidade de pessoas que tiveram as suas mentes capturadas por narrativas políticas criadas e que defendem toda sorte de sentimentalismo vazio revestido de falso altruísmo. São indivíduos que não se importam com as consequências reais do que defendem, ou seja, as suas vidas não são regidas pela máxima “ideias têm consequências”.
No campo da política, o prudente e recomendável seria ter o conhecimento a priori de proposições que refletem com exatidão uma realidade cuja veracidade é sabida antes das sensações. Entretanto, muitos querem ter opinião sem antes ter conhecimento e, por via de consequência, o juízo de diversos assuntos não é racional. Nessas mentes reinam as predisposições filosóficas/políticas sem o filtro do estudo básico acerca do que se crê e a idealização passa a ser o determinante para definir o certo e o errado. Aliás, tais mentes são marcadas pelo que se chama de “O Mundo do Deveria Ser”, isto é, tudo é subjetivo pela mera incapacidade – ou preguiça – de buscar descrições antes de prescrições ou o saber antes do dizer. Ato contínuo, posso dar os seguintes exemplos: Defensor do intervencionismo de Estado na educação e na saúde que desconhece a Lei da Escassez; Defensor de salários melhores para determinados profissionais ou de igualdade salarial entre os sexos que desconhece a Teoria Subjetiva do Valor; Defensor do aumento de impostos para pagamento do déficit governamental que desconhece a Curva de Laffer; Defensor da existência de um contrato social de submissão individual ao coletivo que desconhece o fato do Bandido Estacionário no surgimento do Estado; Defensor da regulamentação do mercado sem saber que as crises econômicas são geradas pelo intervencionismo do Estado ou pela atuação dos Bancos Centrais. Enfim, para reproduzir modelos revestidos das “melhores” intenções – que por sinal sempre dão errado –, são indiferentes com a ética, as leis e a realidade.
Eu sempre declarei não ser um entusiasta do governo de Estado, porém, reconheço que o “Senhor das Arminhas” tem conseguido alguns avanços inesperados, como a desburocratização do Estado, a diminuição dos índices da violência mesmo sem alteração da Legislação Penal e Processual, a reaproximação com os EUA, o acordo de “livre comércio” entre Mercosul e União Européia, a autonomia financeira das Universidades Públicas, a desmistificação dos cargos políticos, etc. E como a paixão política não me move, eu até posso reclamar do “Bozo”, mas eu não sou cego e consigo enxergar claramente os sucessos e as virtudes. Todavia, na era do sentimentalismo, nada melhor do que o ódio para alimentar os corações daqueles que não se importam com a razão. O pragmatismo cede à aparente boa intenção, ao ponto do bom ser o ruim e o ruim ser o bom. Quando se odeia alguém, basta a pessoa existir para se reclamar de tudo que o odiado faz. É o velho discurso do monopólio das virtudes dos progressistas, que eu resumo da seguinte maneira: Apesar das consequências das minhas ideias serem ruins, eu tive boa intenção; mas se os resultados das ideias do meu adversário forem bons, nunca se esqueça que ele é essencialmente ruim e as suas intenções são sempre as piores. Portanto, tudo que o “Bozonaro” fizer estará errado pelo fato dele ser digno de ser odiado.
Apesar de reconhecer que a mente de narrativas é a maneira que os socialistas revolucionários enxergam o mundo, que fique claro que esse texto narra o ódio enquanto fenômeno da política. Por tal razão, isso pode ser visto em uma Senadora Democrata Americana, Maxine Waters, que incentivou ataques contra apoiadores de Trump, ou em um analista político conservador que diz que o voto favorável à Reforma da Previdência da Deputada Federal Tabata Amaral (PDT) faz parte de uma estratégia de infiltração do socialismo de viés revolucionário. A tentativa de projetar no outro o mal absoluto, cria, consequentemente, uma sensação equivocada de que ser a “resistência” torna alguém uma espécie de detentor de todas as virtudes cardinais (Justiça, Fortaleza, Prudência e Temperança). Nessa visão todo conservador virou sinônimo de Fascista, Nazista ou Reacionário e qualquer socialista se transformou em Revolucionário, Marxista, Leninista, Stalinista, Maoísta, Petista ou Alexandria Ocasio-Cortez.
Curioso é notar que o que ocorre com o Bolsonaro não é exclusividade do Brasil. Nos EUA, o bonachão e egocêntrico Donald Trump consegue provocar sentimentos parecidos que só denunciam a insanidade mental de algumas pessoas que despertaram para política ontem à noite. As viúvas de Barack Obama e os socialistas democratas reclamam do baixo desemprego, reclamam do aumento do investimento, reclamam do aumento do salário hora trabalho, reclamam da diminuição dos impostos, reclamam da desregulamentação do mercado, reclamam do gasto com o fortalecimento das Forças Armadas, reclamam do movimento pró-vida contra o assassinato de bebês no ventre, reclamam do combate à imigração ilegal, reclamam da aproximação pela abertura da Coreia do Norte, reclamam da saída do acordo nuclear com o Irã, reclamam de desfile militar em um feriado marcado pela resistência armada à Inglaterra, etc. Se há críticas acerca de tais coisas, logicamente o correto é pensar exatamente o contrário, logo, presume-se que estas pessoas defendem o seguinte: aumento do desemprego; diminuição do investimento; diminuição dos salários; aumento de impostos; regulamentação do mercado; defasagem das Forças Armadas; assassinato de bebês no ventre; imigração descontrolada; autonomia plena das ações da Coreia do Norte; acordo que favorece o desenvolvimento de armas nucleares pelo Irã; injeção de dinheiro do pagador de impostos para salvar os bancos; inchaço do Estado. Com a mesma certeza de quem errou absolutamente todas as previsões do passado recente, agora existe a novidade de que o governo Trump gerará uma imensa crise nas contas por ter incrementado a dívida pública em $2,2 trilhões (Pode chegar a $4,7 trilhões por causa do investimento nas Forças Armadas), porém, para os profetas que nunca acertam, a dívida pública de $19,9 trilhões deixada pelo governo Obama não é capaz de ocasionar qualquer impacto para uma crise fiscal.
Uma característica muito comum das mentes ligadas aos sentimentos é a acusação de que os discordantes pertencem a um lado. Querido, às vezes as pessoas apenas enxergam o óbvio e você projeta no outro o que você é, em outras palavras, um sujeito movido por sentimentos. Apesar de eu me afirmar como austro-libertário e repetir incessantemente a máxima “você só olha da esquerda para a direita, o estado te esmaga de cima para baixo”, ou mesmo quando sabem que os meus malvados favoritos são Thomas Jefferson, Dom Pedro II e Bill Clinton, sou acusado de Trumpista ou Bolsonarista por elogiar algumas medidas dos respectivos sujeitos, ou por dizer que o conteúdo prático das ações é muito mais relevante do que a estética política (Imagem e Retórica). Mas alguém dirá o seguinte: Eu não sou movido por paixões, pois ouço os dois lados para ter conhecimento. Não à toa assisto CNN e FoxNews, leio Washignton Post e National Review, ouço GloboNews e os Pingos nos Ís e sou assinante da Folha de São Paulo e da Gazeta do Povo. E eu posso te responder assim: Amigo, o que você tem não é conhecimento, e sim informação. Também não se esqueça que entre duas posições antagônicas você terá apenas dois resultados: uma verdadeira ou duas erradas. A única forma de você diagnosticar ou fazer filtro da notícia é por meio do conhecimento prévio. Leia o básico de ciência política, de economia e de filosofia.
Por fim, deixo as seguintes perguntas: Há possibilidade de diálogo quando alguém acha que o bom mesmo é quando tudo está ruim? E existe a chance daquele que é movido por sentimentos deixar de ser arrogante e perceber que necessita do conhecimento proveniente da razão?
André Bourguedes d’Melo é colunista do Caderno Jurídico, analista político e especialista em Direito com formação Humanística pelo Programa de Pós-graduação Latu Sensu da Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (EMERJ).
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Material complementar
Entenda como a economia funciona de forma simples com José Kobori – https://youtube.com/ RN7naqu3q_U
(Lei da Escassez) Dez lições de economia austríaca – Segunda lição: o que é economia, escassez, escolhas e valor - https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1404
(Teoria Subjetiva do Valor) A teoria do valor-trabalho ainda assombra a humanidade e segue causando estragos - Se essa falácia for compreendida, toda a ideia de “exploração capitalista” é derrubada - https://www.mises.org/Article.aspx?id=2540
A Curva de Laffer - Impostos Altos, Receita Baixa – https://youtube.com/zxo_Ivy5RKw
A origem do estado: Contrato Social x Bandido Estacionário – https:// www.institutoliberal.org.br/blog/economia/a-origem-do-estado-contrato-social-x-bandidoestacionario/
Are Democracies Roving or Stationary Bandits? - Tax competition is one of the few things that can make politicians do the right thing – https://fee.org/articles/are-democracies-roving-orstationary-bandits/
WATCH: Maxine Waters Calls for Attacks On Members of Trump Administration – https:// www.dailywire.com/news/32232/watch-maxine-waters-calls-attacks-members-trump-ryan-saavedra
26 números que mostram como o governo Obama foi um desastre – http://www.ilisp.org/artigos/ 26-numeros-que-mostram-como-o-governo-obama-foi-um-desastre/
Duas listas (básicas) das mentiras de Barack Obama - Primeira Lista – https://veja.abril.com.br/ blog/felipe-moura-brasil/duas-listas-basicas-das-mentiras-de-barack-obama/
Duas listas (básicas) das mentiras de Barack Obama - Segunda Lista – A bagunça que chamamos de terra - Como Barack Obama colocou o mundo ainda mais em perigo - https:// veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil/a-bagunca-que-chamamos-de-terra-8211-como-barackobama-colocou-o-mundo-ainda-mais-em-perigo/
As 7 mentiras de Obama no discurso sobre o Estado da União (das quais a mídia esquerdista não vai falar) – https://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil/as-7-mentiras-de-obama-nodiscurso-sobre-o-estado-da-uniao-das-quais-a-midia-esquerdista-nao-vai-falar/