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Jornal Caderno Jurídico

Direito Penal e Processual Penal

Os doentes do sistema prisional

17/2/2017 às 0h58 | Atualizado em 20/2/2017 às 10h48 - Rogério Greco
Rogério Greco

Atualmente, nosso sistema prisional possui, aproximadamente, 550 mil presos, ocupando a quarta colocação em nível mundial, vindo após somente dos EUA, China e Rússia.

Nossa população carcerária é lotada de doentes. São tuberculosos, cardíacos, portadores do vírus HIV, paralíticos, enfim, a quantidade de presos doentes é enorme. Falta-lhes tudo, desde uma simples medicação para aliviar as dores, até mesmo aquelas vitais para sua sobrevivência.

A Justiça conhece essa situação? Obviamente que sim.

Qual a diferença, portanto, entre um preso pobre, miserável, que não tem ninguém por ele, que é esquecido nesses verdadeiros calabouços chamados penitenciárias, para os presos ricos, conhecidos nacional e internacionalmente, que contratam advogados a peso de ouro? Nenhuma. Ups, perdão, toda diferença.

Os presos ricos mobilizam seus defensores, vão à imprensa, tentam sensibilizar a opinião pública, solicitam, mesmo que sem previsão expressa nesse sentido, o cumprimento de suas penas em prisão domiciliar, ou seja, em suas próprias casas, com todo o conforto possível.

Será que isso é justo?

Na minha opinião, criminosos de colarinho branco, ou aqueles praticam crimes contra a Administração Pública são verdadeiros genocidas. Seus crimes são infinitamente piores do que o tráfico de drogas, por exemplo. Exterminam, alegremente, milhares de pessoas, uma vez que seus comportamentos criminosos impedem que cheguem merenda às escolas, remédios às farmácias populares, aparelhagem aos hospitais, que o serviço público seja melhorado, ou seja, são criminosos que deviam cumprir suas penas em regime fechado, independentemente do quantum aplicado na sentença penal condenatória.

Se os tribunais, principalmente os Superiores, quiserem ser justos e coerentes, que apliquem a mesma regra a todos os presos, independentemente de sua classe social. Que apliquem essa regra, inclusive, por ordem de antiguidade, ou seja, que os presos que se encontram há mais tempo no sistema prisional, tenham preferência nessas decisões.

Onde está a ditadura, seja de esquerda ou de direita, para se dizer que, no Brasil, as últimas condenações foram de ordem política? De ordem política são as prisões em Cuba, e o Brasil não se atreve a discutí-las.

Aqui, quando alguém de classe média ou alta é preso, fala-se em vingança. Quando um miserável é jogado no cárcere, fala-se em Justiça.

Me perdoem, mas estou enojado com as últimas notícias. Foi só um desabafo.

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