Política
A corrupção do PMDB-PSDB-DEM tem colchão institucional. Sua ferocidade e impunidade é cruel e efetiva
A escabrosa operação Mela-Jato (anunciada por Jucá, Sarney e Renan, naquele áudio gravado por Sérgio Machado) continua agindo com a velocidade da luz.
Não vai ser fácil conter sua ferocidade e venalidade, mas a Lava Jato (LJ), a mídia independente e o povo têm o dever de oferecer resistência (a máxima possível). Resistir é a palavra-chave.
A decisão do STF (Celso de Mello), alinhada com o sistemão pec (sistema político-empresarial corrupto), de confirmar a blindagem dada a Moreira Franco com o presentaço do foro da impunidade privilegiada (em razão da lentidão do STF) foi decepcionante. O tema vai para o Plenário do STF (não se sabe quando). Enquanto Moreira Franco não for denunciado todos estaremos denunciando o “foro da impunidade privilegiada”.
O indeferimento da liminar citada, constitui, de outro lado, mais uma prova inequívoca não só da operação Mela-Jato como da força institucional capilarizada (consequentemente, da periculosidade e danosidade social corruptiva) do atual bloco de poder (PMDB, PSDB e DEM), que está de costas para a sociedade, que já não tolera essa forma de gerir a coisa pública.
Para nós que somos do “partido” “erga omnes” (império da lei contra todos, descontaminado das naturais paixões e cegueiras partidaristas) é muito mais fácil constatar o óbvio.
Durante toda a redemocratização (1985 para cá) o grupo que está agora no poder mandou, desmandou ou influenciou concretamente, mais que ninguém, as principais instituições do país (STF, TCU, Parlamento, fixação das regras do jogo econômico, grande mídia, sociedade civil etc.).
De todos os imperfeitos partidos que nos governam há 31 anos (PMDB, 8 anos: Sarney, 5, Itamar, 2 e Temer, 1; Collor, 2; PSDB, 8 anos e PT, 13), o atual bloco de poder é o mais liso, o mais ensaboado, o mais escorregadio no funcionamento e preservação do sistemão pec (sistema político-empresarial corrupto).
São profissionais na arte de roubar o dinheiro público impunemente. Mas certamente não vão conseguir deixar imune o governo das torrenciais turbulências políticas geradas pela LJ. O fogo cruzado está apenas começando.
Foi muito mais fácil derrubar o PT, que também se “lambuzou” (J. Wagner) exaustivamente nas falcatruas e roubalheiras do dinheiro público. O PT se aliou ao PMDB e rapidamente aprendeu a arte de furtar (jogando para os ares seus velhos discursos éticos). Destruíram juntos a Petrobras e juntos colocaram o país na maior recessão da nossa história.
Por que foi fácil derrubar o PT? Porque sua força institucional exógena (externa) era frágil. No caso mensalão, nem o STF (tradicional aliado dos poderosos) ele conseguiu influenciar. Saiu cadeia para todo mundo. E olha que estamos falando de um tribunal que só veio a condenar o primeiro réu privilegiado em 2010, depois de investigar e, eventualmente, processar mais de 500 casos.
Também foi no governo petista que eclodiu a operação Lava Jato (março de 2014), porque se tratava de um governo desempoderado. Na gestão PMDB-PSDB-DEM (que comanda a atual operação Mela-Jato) jamais a Lava Jato teria ganho força.
Cortariam o “mal” pela raiz, numa única espadada (de Renan, Temer-Aécio, Jucá, Sarney, Serra, Lobão, Padilha, Moreira Franco, Geddel, Cunha, Maia etc.).
Durante o institucionalmente frouxo governo dilmista a LJ ganhou consistência e começou a mostrar para a população que é possível promover o império da lei contra os poderosos. Mídia independente e o povo a apoiam.
Mas a LJ ainda conta com déficit no item “erga omnes”. Tem que ir mais fundo nas maracutaias de todos os partidos, independentemente de ideologia.
Agora a LJ ganhou repercussão inclusive internacional (operação premiada fora do país, investigações conjuntas com o Departamento de Justiça dos EUA, com o Ministério Público suíço, compartilhamento de dados com vários países onde a Odebrecht exportou seu departamento de propinas etc.).
A guerra Mela-Jato contra Lava Jato ganhou intensidade. Dia 26/3 será uma prova de fogo (para a mobilização popular). Várias entidades convocaram o povo para as ruas. Eu vou. Estarei na Paulista (em favor da Lava Jato, dentro da lei).
O humilhado povo brasileiro (que já não tolera o sistemão pec – sistema político-empresarial corrupto) já sabe o que não quer (não quer corruptos, não quer conluios, não quer desigualdades, não quer violência etc.).
Chegou a hora de definirmos politicamente o que queremos. No dia 26/3 temos que arrancar uma pauta comum do que queremos (fim do foro privilegiado nos tribunais, fim da indicação política nesses órgãos, mandato não vitalício para seus membros, fim do político profissional, recall – poder de deseleger o eleito – etc.).
Agora é a hora. Você não pode faltar. Vamos juntos. Vamos para a resistência. A Mela-Jato não pode vencer. O Brasil tem que encontrar o seu caminho fora do poder dos corruptos. Avante!
Assista também ao vídeo Mela-Jato tem força também no Supremo.