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Jornal Caderno Jurídico

Educação

Brasil doente. Hora de mudar!

21/10/2018 às 17h25 | Atualizado em 21/10/2018 às 17h27 - Tom Coelho
Assessoria Tom Coelho "Precisamos de um presidente vocacionado a trabalhar pelo desenvolvimento do país e pela redução das desigualdades", afirma Tom Coelho

Nosso país está enfermo. Infelizmente não se trata de uma gripe ou de uma doença passageira. Fomos acometidos por um câncer, o qual não se encontra em estágio inicial, pois está em fase de metástase. Esse câncer é nosso sistema político.

Há anos somos vilipendiados por estes seres eleitos por um povo carente de consciência e educação. Salvo raríssimas exceções, o que vemos é uma legião de algozes desprovidos de caráter, voltados exclusivamente a interesses pessoais contrariando os princípios básicos que deveriam norteá-los.

Em mais um ano de eleições, seria desejável que os cidadãos desenvolvessem um mínimo de percepção sobre os fatos.

Somos um povo sem memória. Lula está preso.

Ministérios são criados para atender aos jogos de interesses formatados durante a pré-eleição – não é à toa que muitos são denominados “cargos comissionados”. Como se não bastasse, some os benefícios (veículos, combustível e reembolso de despesas diversas) e tente imaginar o custo de manutenção desta estrutura.

A pergunta que devemos nos fazer é a mesma: qual a contrapartida oferecida por esta classe política?

Para entender como este câncer se propaga, atente para o fato de que a grande maioria dos nomeados apresenta algum tipo de vinculação política, quando deveria ter competência técnica para o exercício de suas funções. Para exemplificar, o que justificou a nomeação de Ricardo Barros para o Ministério da Saúde em lugar do médico Raul Cutait, que fora cogitado para assumir a pasta e que seguramente exerceria com dignidade e competência a função em virtude de sua experiência e atuação?

Para completar, somos um povo sem memória. Lula está preso. É difícil acreditar que Dilma seja candidata ao senado com chances de se eleger.

É necessária e urgente uma ampla reforma política. O postulante a atuar no setor público, seja no legislativo ou no executivo, deveria ser alguém vocacionado a trabalhar pelo desenvolvimento do país e pela redução das desigualdades. Deveria ser alguém disposto a receber um salário digno, porém desprovido de benefícios que apenas maculam e distorcem a função. Contudo, é doloroso imaginar que tal reforma depende exatamente daqueles que hoje conduzem a processo político neste país.

 

Tom Coelho. Educador, conferencista e escritor com artigos publicados em 17 países. É autor de “Somos Maus Amantes – Reflexões sobre carreira, liderança e comportamento” e “Sete Vidas – Lições para construir seu equilíbrio pessoal e profissional”. Formação em Publicidade (ESPM) e Economia (USP). Especialização em Marketing (MMSchool) e em Qualidade de Vida no Trabalho (FIA/USP). Mestre em Gestão Integrada em Saúde do Trabalho e Meio Ambiente (Senac). Clique tomcoelho.com.br.

Publicado originalmente no tomcoelho.com.br em 13/6/2016 e adaptado para atualidade.

Este artigo está no jornal impresso, quinzena de 3 a 17 de outubro de 2018.

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